sexta-feira, 26 de junho de 2015



15ºEncontro Diocesano de Sementes Crioulas


Data – 29/07/2015
Local – Ginásio da Escola São Francisco em Progresso – RS

Programação:
8h –Chegada e inscrições.
8h45min – Acolhida aos participantes.
9h-Momento de mística e espiritualidade com presença do Bispo Diocesano Dom Canísio Klaus.
9h30min– Sementes Crioulas e Direitos.
1)-Apresentação da Experiência do Milho Crioulo Ecológico cultivado em Progresso em preparação para a organização do evento. – Coordenação CPT.
2)-O direito dos Camponeses e Camponesas - Dr.Jacques Alfonsin (Procurador aposentado do Estado, defensor dos Movimentos Sociais e contribui nos debates e cursos da CPT).
11h30min- Debates e questionamentos.
12h-Almoço.
13h as 14h – Momento cultural: Grupo Os Italianinhos e outros talentos da Terra – nesse momento os participantes poderão ver as experiências expostas por grupos e agricultores de toda a região.
14h - Espaço para depoimentos e intercâmbios de experiências.
15h Compromissos concretos e encaminhamentos acerca do tema das sementes crioulas.
15h30min - Partilha solidária de sementes crioulas entre os participantes.
16h-Avaliação e encerramento.
Organização – Comissão Pastoral da Terra Diocese de Santa Cruz do Sul, Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora de Progresso, ASDISC e CPT-RS.
Apoio – Cáritas-RS, STR de Progresso, MPA de Progresso, EMATER de Progresso, Articulação da Agroecologia do Vale do Taquari-AAVT e Prefeitura Municipal de Progresso.
Objetivo:
Reunir agricultores e agricultoras visando fortalecer a agricultura camponesa e familiar apartir do resgate das sementes crioulas e da promoção da agrooecologia. Celebrar o dia do agricultor e da agricultora.
Reunir os Bancos de Sementes Crioulas e demais experiências com sementes crioulas no RS.
Público Alvo: Agricultores e agricultoras, mulheres e jovens.
Para uma melhor organização Inscreva seu grupo ou caravana de preferência até 20 de julho!
Telefones para contato -
051-91466134/96993640 com Oldi ou Maurício
051-3711-6971 com a Raquel na Secretaria da ASDISC
051-3788-1111 com a secretária da Paróquia de Progresso

Bem Vindo, Bem Vinda!!!
Procure chegar cedo

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Fim da rotulagem dos alimentos transgênicos: diga não!

  
Passo a passo para a votação



      PARA VOTAR  CLIQUE AQUI

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Altera a Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005.

      O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º O art. 40 da Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 40. Os rótulos dos alimentos e dos ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal, oferecidos em embalagem de consumo final, que contenham ou sejam produzidos a partir de OGM ou derivados com presença superior a 1% (um por cento) de sua composição final, detectada em análise específica, conforme regulamento, deverão informar ao consumidor a natureza transgênica do alimento.
§ 1º A informação estabelecida neste artigo deve constar nos rótulos dos alimentos embalados na ausência do consumidor, bem como nos recipientes de alimentos vendidos a granel ou in natura diretamente ao consumidor, devendo ser grafada, em destaque, de forma legível, utilizando-se uma das seguintes expressões, conforme o caso, “(nome do produto) transgênico” ou “contém (nome do ingrediente) transgênico”.
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§ 2º Aos alimentos que não contenham organismos geneticamente modificados será facultada a rotulagem “livre de transgênicos”, comprovada a total ausência no alimento de organismos geneticamente modificados, por meio de análise específica.
§ 3º A informação de que trata o § 1º deverá atender ao tamanho mínimo de letra definida no Regulamento Técnico de Rotulagem Geral de Alimentos Embalados.”(NR)
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
CÂMARA DOS DEPUTADOS, de abril de 2015.
EDUARDO CUNHA
Presidente



segunda-feira, 15 de junho de 2015

Concentração de capital nos agrotóxicos visa submeter completamente governos e consumidores aos seus interesses



         Monsanto tentou comprar Syngenta por US$ 45 bilhões. Investida ocorre no momento em que parlamentares financiados pelo agronegócio tentam alterar rotulagem de transgênicos no Brasil: aprovado na Câmara, projeto está no Senado
A imprensa noticiou recentemente (Valor Econômico, 11/05/2015) a tentativa da Monsanto, fabricante estadunidense de agrotóxicos, em adquirir sua concorrente suíça Syngenta, por US$ 45 bilhões. A oferta, que foi por enquanto recusada pelo conselho de administração da Syngenta, resultaria na maior fornecedora mundial de sementes transgênicas e agrotóxicos, com um valor de mercado combinado de US$ 96,6 bilhões. Juntas, as corporações deteriam 30% do mercado mundial de venenos – que em 2014 gerou receitas de US$ 57 bilhões – e perto de 45% do setor de sementes transgênicas.
A Syngenta é a maior vendedora de venenos do mundo. Cerca de 60% de sua receita vêm dos negócios na América Latina e Europa. 75% de sua receita em 2014, de US$ 15 bilhões, decorreu das vendas de fungicidas, herbicidas e outros venenos.
Já a Monsanto, que em 2014 faturou US$ 16 bilhões, gerou 65% deste resultado com vendas de sementes e do licenciamento da genética de plantas para concorrentes.
Para a Monsanto, adquirir a Syngenta significaria retornar ao negócio de agroquímicos após 20 anos de foco na modificação genética de sementes. Além disso, analistas especulam que esta operação permitiria à Monsanto tentar mudar sua sede fiscal para Basiléia, na Suíça, onde a Syngenta é sediada – uma operação chamada de inversão fiscal. A alíquota de imposto da Monsanto nos EUA é de 29%, enquanto a Syngenta paga 15% na Suíça.
O setor de sementes geneticamente modificadas tem crescido a ritmo mais lento. As vendas subiram 4,7% em 2014, comparado a 8,7% em 2013 e a uma média de 21,3% nos cinco anos anteriores. Muitos países impõem restrições ao seu uso, por conta dos danos ao meio ambiente e à saúde que causam. As vendas de produtos não transgênicos no varejo dos EUA saltaram 15% em 2014, para US$ 9,6 bilhões. Os EUA são o maior produtor de transgênicos do mundo, com 73,1 milhões de hectares, seguido do Brasil, com 42,2 milhões.
O plantio generalizado de sementes modificadas através da biotecnologia para produzir toxinas letais a pragas e suportar herbicidas como o Roundup, da Monsanto, contribuiu para a evolução de insetos e plantas que podem sobreviver a esses produtos. Isso ajudou a aumentar as vendas de inseticidas e herbicidas para combater o problema – e deu força à acusação de que o uso de sementes transgênicas está ampliando o emprego de pesticidas sintéticos que podem ameaçar a saúde humana e o meio ambiente.
Para os analistas de bancos, com muitos dos maiores mercados agrícolas do mundo já saturados de transgênicos e outros, como a China e a Europa, resistindo à aprovação desses produtos, os venenos podem ser um modo de a Monsanto se expandir.
No Brasil, a fabricação de venenos gerou faturamento líquido de R$ 25 bilhões em 2014, expansão de 13% em relação ao resultado de 2013. Foram comercializadas 936 mil toneladas de agrotóxicos em 2014, 4% a mais que o volume vendido em 2013. O setor das fabricantes de agrotóxicos importou 422 mil toneladas de venenos em 2014, a um custo de US$ 7,1 bilhões, e exportou 38 mil toneladas, faturando US$ 400 milhões. O déficit comercial resultante foi de US$ 6,7 bilhões, 5% maior do que o verificado em 2013.
Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho em Emprego, em dezembro de 2013 eram 6.661 trabalhadores empregados nas fabricantes de agrotóxicos no Brasil. Deste total, 57,7% (3.848 trabalhadores) estavam em fábricas localizadas no Estado de São Paulo; 12,7% no Paraná; 10,3% em Minas Gerais; 5,9% no Estado do Rio de Janeiro; 5,3% no Ceará; 2,4% na Bahia; e 2,2% no Rio Grande do Sul. Os demais 3,1% de trabalhadores estavam empregados em fábricas de menor porte em Alagoas, Goiás e Mato Grosso.
A Monsanto possui fábricas em São José dos Campos, SP, e Camaçari, Bahia. A Syngenta mantém fábricas em Paulínia, SP, Itápolis, SP, Matão, SP, Formosa, GO e Ituiutaba, MG.
Neste contexto, a Câmara dos Deputados aprovou projeto que acaba com a exigência de rotular alimentos que utilizam produtos geneticamente modificados destinados a consumo humano. Isso ocorreu 28 de abril deste ano, Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças no Trabalho. Triste coincidência.
Foram 320 votos a favor e 120 contra em relação ao PL 4148/2008, do deputado ruralista Luiz Carlos Heinze (PP/RS). O aviso aos consumidores, antes presente na forma de um símbolo com um “T” amarelo e bem visível nas embalagens, será obrigatório apenas nos alimentos que apresentarem presença de organismos transgênicos “superior a 1% de sua composição final, detectada em análise especifica”. De acordo com a proposta, deverão constar no rótulo as seguintes expressões: “(nome do produto) transgênico” ou “contém (nome do ingrediente) transgênico.”
No mundo, 28 países adotam a rotulação de transgênicos, como Japão, Austrália, Rússia, China e países da União Europeia. Além disso, o projeto do ruralista viola o artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, que aponta que são direitos básicos do consumidor saber “a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem”.
A liberação de variedades transgênicas no Brasil é definida pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A agência, no entanto, nunca recusou a aprovação de nenhuma variedade geneticamente modificada, muitas das quais não foram aprovadas em outros países, como o recém aprovado eucalipto transgênico.
O projeto está agora no Senado, aguardando parecer e votação. Essa discussão ocorre num momento em que 42,2 milhões de hectares são cultivados com transgênicos no Brasil, o que representa mais de 90% da área plantada com soja, algodão e milho, que são as principais variedades transgênicas cultivadas comercialmente no país.

Fonte:
Thomaz Ferreira Jensen, economista do DIEESE na subseção do Sindicato dos Químicos do ABC.