MANIFESTO
CONTRA OS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS
E
A FAVOR DA SEGURANÇA ALIMENTAR
O
recente relatório a respeito dos transgênicos efusivamente propagandeado em
horário nobre pela grande mídia teve como óbvio interesse de tranquilizar os
consumidores. Com o objetivo de dar uma versão pretensamente científica, por
todos os cantos do planeta ouviu-se a afirmação de que “alimentos transgênicos
não fazem mal à saúde”. Porém nós, entidades, agricultores e consumidores, que
defendem a alimentação saudável, queremos dizer à sociedade que não concordamos
com essa afirmação, pois sabemos que existem vários estudos que, DE FORMA
CIENTÍFICA, apontam para os riscos da ingestão dos alimentos transgênicos à
saúde.
O tal relatório não fez nenhuma
pesquisa, mas uma junção de dados e concluiu tendenciosamente que não haviam
provas de que os transgênicos fazem mal. Porém, escondeu-se o fato de que não
provar o malefício não significa provar que é seguro. Continuamos a entender
que o princípio da precaução deve reger toda a nova tecnologia criada pelo
homem, especialmente no que diz respeito a alimentação humana e que as
pesquisas desse caráter normalmente são superficiais.
Será que os autores do relatório
analisaram os estudos que indicam os efeitos nocivos dos transgênicos a saúde?
Ou, como já ocorreu outras vezes, esses estudos foram ignorados? No livro
“Lavouras Transgênicas: riscos e incertezas” estão descritos mais de 750
estudos que são sumariamente desprezados pelos órgãos reguladores. A
consistente pesquisa francesa de Seralini de 2014 observou relação entre o
consumo de transgênicos e o aparecimento de TUMORES MALÍGNOS em cobaias. Por
que isso não está sendo divulgado?
A divulgação bombástica do
relatório, nesse momento, não tem relação com novas descobertas, mas, possivelmente
com os acontecimentos que arranharam a imagem dos transgênicos nos últimos
tempos: a mudança de posição de pesquisadores, como o canadense Thierry Vrain
que, de fervoroso cientista a favor tornou-se um combatente dos transgênicos
indo a público expor as mentiras da propaganda da indústria de biotecnologia; o
manifesto dos 815 cientistas de 82 países pedindo a suspensão dos transgênicos
em todo o mundo; o despertar de consciência da sociedade de vários países
exigindo rótulos nos alimentos transgênicos; a guerra comercial contra a
postura da Europa de querer comer alimentos seguros e não importar
transgênicos; entre outros.
Por tudo isso, as Articulações de
Agroecologia do Vale do Taquari e do Vale do Rio Pardo e os participantes do
16º Encontro Diocesano de Sementes Crioulas vêm a público manifestar que não
aceitamos o relatório e a propaganda pró-transgênico e propomos que a sociedade
tampouco aceite. Repudiamos a forma com que a CTNBio guiada por interesses
econômicos, avalia e libera essas sementes. Ao invés disso, queremos mais
pesquisa séria e menos liberação comercial dessa tecnologia pois ninguém quer
ser cobaia dos alimentos da engenharia genética.
Arvorezinha,
27 de julho de 2016.